Sindicato dos Petroleiros arremata lojão do Itaú na Avenida Rio Branco por R$ 4,535 milhões

O imóvel tem 30m de frente para a Avenida Rio Branco, e fundos para a rua Rodrigo Silva, no coração do Centro Financeiro. Era uma agência do extinto BEMGE, e, mais recentemente, do Itaú. Esteve à venda por R$ 5 milhões, e acabou arrematada pelos Petroleiros num leilão público.

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Imagem meramente ilustrativa da região central do Rio de Janeiro - Foto: Daniel Martins/Diário do Rio

Quem a pela Avenida Rio Branco, entre as ruas da Assembléia e Sete de Setembro, observa um imenso lojão no número 147, que foi ocupado pelo Banco Itaú por décadas, e tem 30 metros de fachada com frente para a mais importante avenida do Centro Histórico, com fundos e entrada também pela estreita rua Rodrigo Silva. Há anos, inclusive, os fundos da loja na Rodrigo Silva são ocupados por um amontoado de lixo, estacionamentos irregulares de motocicletas e ruínas de bancas de jornal. O lojão abrigou inicialmente o extinto BEMGE – Banco do Estado de Minas Gerais, e agora foi vendido ao Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (SindiPetroRJ) e fica bem na frente da estação de embarque do VLT.

O imóvel esteve anunciado para venda por cerca de 2 anos. Durante o ano ado, foi anunciado para venda pela Sergio Castro Imóveis por 5 milhões de reais. A agência está desocupada desde a pandemia e tem portentosos 1500m2, divididos em 3 andares de 500m2 cada, incluindo um subsolo que, segundo informações dos porteiros, teria uma grande infiltração causada por águas subterrâneas. Segundo informações da corretora, o Centro do Rio tem cerca de 95 lojas vazias que já abrigaram bancos, e que fecharam nos últimos anos, nos lugares mais diversos; desde o sobradinho número 9 do Arco do Teles (outrora um BANERJ), até o mega lojão da Avenida Rio Branco 116 (ex-Bradesco).

O site dos Petroleiros anunciou, orgulhosamente, a nova aquisição: “o imóvel arrematado possibilitará uma nova sede com localização, ibilidade e estrutura superiores para o funcionamento cotidiano, atendimento aos ativos e aposentados e reforço à luta dos movimentos sociais no Rio de Janeiro“, lê-se. Os petroleiros devem deixar sua atual sede, na Avenida os, 34, para mudar-se ao enorme lojão, que, segundo os corretores, não foi vendido antes por conta de pagar um IPTU anual superior a 200 mil reais, e um condomínio mensal de perto de 20 mil reais mensais, embora sua localização seja considerada excelente.

O Sindicato explicou a aquisição, em nota publicada em seu site oficial: “Estivemos buscando por meses um local para adquirir uma nova sede para o nosso sindicato. A atual sede hoje se tornou disfuncional para nosso funcionamento e sem a ibilidade necessária para idosos e PCDs. É mal localizada e pouco frequentada pela categoria. Não temos hoje um auditório funcional, o que impõe custos mensais com aluguel de auditório. Após pesquisar e visitar dezenas de imóveis, nos deparamos essa semana com um imóvel em leilão que é o melhor que já vimos em todos os quesitos:

  • é bem localizado: Avenida Rio Branco, entre a Rua da Assembleia e a Rua Sete de Setembro, em frente â estação VLT Sete de Setembro e a uma quadra do metrô Estação Carioca.
  • reúne todas as características que precisamos. É grande (mais de 1500 m2) cabendo todas as atividades do Sindicato, incluindo um bom auditório.
  • Como era uma agência bancária, é direto para a rua, permitindo que todas as atividades de atendimento sejam feitas no térreo, com todos os meios de ibilidade, além de possuir elevador.
  • Tem uma fachada para a Rio Branco de 30 metros, dando uma excelente visibilidade ao Sindicato, com o potencial de ser um centro de atração da luta contra as privatizações.
  • Estava muito barato. De todos os imóveis que vimos com características semelhantes, era o mais barato (R$ 4,5 milhões de lance mínimo). Pagamos 90% do lance mínimo. As três avaliações profissionais que contratamos sobre esse imóvel ficaram entre R$ 9 e 11 milhões. O preço de arremate foi menos da metade do valor de todas das 3 avaliações contratadas.”

Segundo Lucio Pinheiro, da Sergio Castro, a empresa dispõe de inúmeras opções de lojas para venda e locação que foram no ado agências bancárias: “temos contrato com alguns bancos e representamos seus interesses na região. Temos lojas, sempre nas melhores localizações, pra venda e aluguel. Algumas até com escadas rolantes.” Pinheiro explica que a procura é grande, mas que as pessoas têm se assustado com o valor dos IPTUs dessas lojas maiores. “Os sobrados históricos costumam ser isentos de IPTU, e têm se tornado a preferência de quem busca mais espaço. Pois os valores de aluguel caíram na região, tornando IPTU e Condomínio gastos mais relevantes.”

O sindicato fará grandes obras para se mudar para o novo endereço, e sinalizou que venderá a antiga sede: “Vamos ter necessidade de realização de obras no novo imóvel. Pelas finanças do Sindicato temos plenas condições para realizarmos esse desembolso. Uma compra como essa não é um gasto do patrimônio do sindicato, mas a mudança de forma, uma imobilização de patrimônio. Vamos ficar com um caixa menor, mas sustentável. Com a venda das atuais sedes recuperaremos isso e ficaremos com um imóvel muito melhor para a categoria em todos os sentidos.”

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4 COMENTÁRIOS

  1. Enquanto o Centro não virar residência pra umas 100 mil pessoas, não teremos revitalização decente. Esse lance de setor público retroalimentando o mercado é muito ruim pro todo funcionar como deve!

  2. Somente o setor público movimenta o Centro. Se considerarmos a desativação da sede antiga, não gera acréscimo econômico a região, apenas reposicionamento. Bom para o mercado, péssimo para a revitalização.

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