Projeto Albatroz transforma investimento em impacto: retorno social supera sete vezes o valor aplicado

Patrocinado pela Petrobras desde 2006, programa é referência na conservação de aves oceânicas e mobiliza ações de pesquisa, educação ambiental e políticas públicas

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Um estudo recente conduzido pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) revelou que o Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, gerou um retorno social equivalente a mais de sete vezes o valor investido nos últimos três anos. A análise considerou os impactos das atividades de conservação, pesquisa científica, educação ambiental e articulação de políticas públicas realizadas pela iniciativa, que integra a Rede Biomar e atua desde 1990 na proteção de albatrozes, petréis e seus ecossistemas.

A metodologia aplicada pelo IDIS leva em conta tanto benefícios tangíveis, como serviços prestados com valor de mercado, quanto impactos intangíveis — por exemplo, a conscientização de comunidades ou a recuperação de populações de aves marinhas. Para quantificar esses efeitos, são utilizados indicadores financeiros equivalentes, conhecidos como proxies, que atribuem valores estimados aos benefícios gerados pelas ações do projeto.

Coordenado pelo Instituto Albatroz, o projeto desenvolve ações estruturadas em quatro frentes principais: pesquisa científica, formulação de políticas públicas, educação ambiental e comunicação. Essas iniciativas impactam diretamente diversos públicos — desde crianças em idade escolar e professores até pescadores, acadêmicos e comunidades costeiras — além das próprias aves oceânicas, principais beneficiárias das medidas de conservação.

De acordo com a gerente de projetos Beatriz Gago, o resultado do estudo comprova a eficiência da gestão focada em impacto social. “Cada contrato é uma nova oportunidade de realizar mais pesquisas, envolver mais pescadores e escolas, e formar lideranças jovens para a conservação marinha e costeira”, afirmou. “Nosso foco é garantir que o investimento da Petrobras gere o maior retorno possível para o meio ambiente e para a sociedade.”

A fundadora e coordenadora geral do Projeto Albatroz, Tatiana Neves, destacou que a maior parte do impacto está concentrada nos próprios albatrozes, petréis e no oceano (69,9%), seguida pelos pescadores (18,5%). “Esses dados demonstram nosso compromisso com a geração de ciência, a criação de políticas públicas eficazes e o fortalecimento de alianças pela conservação dessas aves extraordinárias, tão vulneráveis às mudanças climáticas”, disse.

Com bases em quatro estados brasileiros, o Projeto Albatroz inaugurou, em 2023, seu primeiro Centro de Visitação e Educação Ambiental Marinha em Cabo Frio (RJ), oferecendo exposições, trilhas autoguiadas, observação de aves e atividades educativas. A organização também atua no Programa de Monitoramento de Praias (PMP) em um trecho de 54 km, cobrindo diversas praias da Região dos Lagos.

Desde sua criação em Santos (SP), em 1990, o Projeto Albatroz trabalha para reduzir a captura incidental de aves marinhas pela pesca de espinhel. Estima-se que, globalmente, cerca de 300 mil aves marinhas sejam capturadas anualmente, das quais entre 30 mil e 40 mil são albatrozes e petréis. Para enfrentar esse desafio, o projeto participa de instâncias nacionais e internacionais, como o Acordo para a Conservação de Albatrozes e Petréis (ACAP), o Plano Nacional de Conservação de Albatrozes e Petréis (PLANACAP) e a Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT).

Com 35 anos de atuação, o Projeto Albatroz consolida-se como um dos maiores exemplos de como a conservação ambiental pode caminhar lado a lado com retorno social mensurável — uma aliança bem-sucedida entre ciência, sociedade e sustentabilidade.

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