A Polícia Militar realiza neste sábado (31/05) uma operação de grande porte na Rocinha, Zona Sul do Rio, para cumprir 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão contra líderes da facção Comando Vermelho do Ceará que estariam abrigados na comunidade. Segundo as investigações, a favela vem sendo usada como base estratégica para o comando remoto de crimes no Ceará, incluindo tráfico de drogas e execuções.
Durante o cerco às entradas da Rocinha, equipes do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidões foram recebidas a tiros. Um policial foi atingido no pescoço e levado ao Hospital Miguel Couto, na Gávea, onde está fora de perigo. A corporação informou que a bala ficou alojada, mas o agente não corre risco de vida.
Com cerca de 80 agentes envolvidos, a operação é fruto da parceria entre os governos do Rio e do Ceará, além do Ministério Público dos dois estados. Mandados expedidos pelo Tribunal de Justiça cearense incluem o sequestro de bens dos investigados. A inteligência detectou que os criminosos mantêm uma grande quantidade de armamento — cerca de 70 fuzis — e teriam arrendado áreas na Rocinha para fortalecer a presença.
Até o momento, foram apreendidos quatro fuzis, três pistolas, celulares e um rádio transmissor. O Ministério Público aponta que mais de mil homicídios podem ter sido ordenados da Rocinha para o Ceará nos últimos dois anos.
Drones auxiliam no mapeamento da área enquanto tropas especializadas do Comando de Operações Especiais — como Bope e Batalhão de Choque — atuam na comunidade. Moradores relatam intensas trocas de tiros durante a madrugada.
O governador Cláudio Castro acompanha a operação diretamente do Quartel General da Polícia Militar, monitorando a ação que tenta desarticular uma das principais redes criminosas com atuação interestadual.